Passamos um terço de nossas vidas
dormindo. Esse remédio obrigatório, descanso salutar, tem um efeito reparador
inimaginável.
Noites mal-dormidas encurtam a vida,
tornam o dia desagradável, dão ensejo a enxaquecas. Não apreendemos bem as
lições, não raciocinamos corretamente.
Os primeiros sinais, quando não
dormimos bem, estão no acréscimo de cortisol, na corrente sanguínea, que dentre
outras coisas deflagra a ansiedade. Muito comum nos pacientes com depressão. Há
um estreita ligação entre insônia e depressão, como a adverte a bióloga Yara
Fleury, do Ambulatório de Neuro-Sono da Universidade Federal de São Paulo.
Entre os neurotransmissores mais
afetados pela ausência ou insuficiência de sono, destaca-se a serotonina,
ligada ao bem-estar, decorrendo irritações e até mesmo sensações dolorosas.
O mal de Alzheimer está também
intimamente relacionado com o mal dormir, como ensina a Escola de Medicina da
Universidade de Washington. Ratos submetidos a menos horas de sono desenvolvem
no cérebro as terríveis proteínas beta-amiloides.
De acordo com pesquisas da
Universidade de Berkely, da Califórnia, pessoas privadas de um bom sono
reparador modificam as preferências alimentares, direcionando-se às guloseimas.
A tomada de decisões fica afetada,
diz a neurologista Rosa Hasan, do Departamento do sono da Academia Brasileira
de Neurologia. A direção dos veículos automotores fica bastante comprometida.
Estudar até tarde não resulta em maior aproveitamento, segundo estudos da
Universidade da Califórnia. Preferível acordar mais cedo e estudar de cabeça
fresca.
A fase mais interessante do sono é a
chamada REM (Rapid Eyes Movement), quando denotamos recuperação das tarefas mal-realizadas,
retomada de decisões, conforme pesquisa do Dr. Shigeo Yonekura, da Universidade
de São Paulo.
O sono deve ser profundo, reparador,
em ambiente escuro, silencioso. Sono sem interrupções, prolongado, de sete a
oito horas por noite.